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Identificação de árvores comerciais da Amazônia é fortalecida em evento inédito em Mato Grosso

O encontro objetivou reforçar a rede de identificadores de árvores, além de aprimorar os inventários florestais

Publicado em 24 de Setembro de 2024
Por: Assessoria Cipem

Primeiro Encontro de Identificadores de Árvores realizado em Mato Grosso fortalece boas práticas para aprimorar a gestão florestal. Durante o evento inédito, realizado no município mato-grossense de Alta Floresta, no bioma amazônico, 40 profissionais da área, incluindo engenheiros florestais, trocaram experiências e atualizaram informações durante três dias para aprimorar a coleta botânica e de madeira no território estadual. Organizado pelo Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) e Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) em parceria com a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), o encontro iniciou no dia 19 deste mês e objetivou reforçar a rede de identificadores de árvores, além de aprimorar os inventários florestais. Com isso, promover práticas produtivas mais sustentáveis e eficientes, explicou o presidente do Cipem, Ednei Blasius. Em Mato Grosso, a produção madeireira baseada na extração vegetal é realizada a partir de técnicas de manejo florestal, estabelecido na Amazônia há mais de 50 anos.

Superintendente de Gestão Florestal da Sema, Tatiana Marques de Arruda, classificou o Primeiro Encontro de Identificadores de Árvores como um marco para a atividade florestal e para a pesquisa botânica, possibilitando proceder à identificação das espécies arbóreas com mais assertividade. “É fundamental para garantir a sustentabilidade da biodiversidade da flora de Mato Grosso e precisão dos inventários florestais, garantindo segurança e eficiência nos licenciamentos, bem como preservação e conservação do meio ambiente”, disse. 

“Esse evento tem uma importância muito grande, principalmente porque a gente junta as instituições de pesquisa, de ensino, as instituições que trabalham com a parte de licenciamento, de credenciamento e fiscalização, no caso das Semas, e os empresários do setor madeireiro”, acrescentou a professora efetiva da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Marcela Cunha Monteiro, ressaltando os benefícios coletivos, tanto para o setor empresarial como para a sociedade em geral. 

Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Mike Hopkins, destaca que a identificação correta das espécies arbóreas é um requisito legal e essencial para produção florestal sustentável. Ao conhecer quais espécies estão sendo colhidas e comprovar, por meio de uma coleta apropriada, a origem do material recolhido, prensado, seco e montado para o herbário, fica testemunhado que determinada árvore pertenceu a uma localidade específica. "Em todos os estudos que envolvem a biodiversidade da Amazônia, algo muito importante é o nome da espécie. Esse é um grande desafio na região: como identificar as plantas, especialmente de forma científica. Muitas pessoas que vivem na floresta conhecem bem as plantas e a floresta em si, muitas vezes pelos nomes populares, mas não necessariamente têm uma conexão forte com o meio científico, onde há publicações, informações e literatura sobre as plantas e madeiras. A única maneira de garantir uma identificação adequada é envolver taxonomistas, profissionais de campo e aqueles que cuidam dos herbários."

Os participantes do Primeiro Encontro de Identificadores de Árvores também tiveram a oportunidade de demonstrar a expertise na coleta e identificação das árvores do bioma amazônico. Na culminância das atividades, no último sábado, 21, dez profissionais experientes da área florestal que compuseram o corpo de jurados analisaram as habilidades dos inscritos no torneio em relação à identificação correta das espécies arbóreas comerciais. O campeão do torneio, realizado na Fazenda Vaca Branca, em Alta Floresta, foi o engenheiro florestal Matheus Xavier. Em segundo e terceiro lugares ficaram classificados, respectivamente, os profissionais do setor de base florestal Thiago Garbin e Tiago Federle. 

“Para quem trabalha com identificação botânica e busca melhorar a qualidade do manejo florestal este evento é um dos pilares atualmente. O encontro reúne especialistas, tanto de Mato Grosso quanto de outros estados, além de taxonomistas renomados, para discutir temas relacionados à identificação botânica. Para quem atua nessa área, é uma oportunidade incrível de interagir com especialistas de diversos grupos, não apenas de árvores, mas também de outros vegetais, enriquecendo o conhecimento de forma integrada”, arremata o engenheiro florestal Matheus Xavier.

Tiago Federle, terceiro lugar no torneio da identificação correta das espécies arbóreas comerciais

Thiago Garbin, segundo lugar classificado no torneio da identificação de árvores

Matheus Xavier, campeão do torneio, realizado na Fazenda Vaca Branca, em Alta Floresta